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terça-feira, 4 de maio de 2010

Investigação Colaborativa/ Cooperativa

Embora a colaboração/cooperação seja frequentemente considerada como uma condição necessária ao desenvolvimento profissional, aquela, só por si, não o induz automaticamente, ou leva ao desaparecimento do isolamento e de outros aspectos característicos de uma profissão; assim, concordamos que a adopção de uma perspectiva colaborativa não é um processo rápido e pode até, num primeiro momento, provocar desânimo, pois os esforços não serão suficientemente reconhecidos, muitas vezes.
No que diz respeito ao universo educacional, nem todos os agentes (professores, Órgãos de administração, etc.) podem estar suficientemente preparados para actuar em colaboração, sendo então necessário proporcionar as condições e o tempo para trabalhar em equipa.
No entanto, “trabalhar em grupo” não significa necessariamente “trabalhar juntos”, mas a colaboração/cooperação devem significar:
a) compartilhar preocupações docentes com outros professores como colegas;
b) contrastar as tomadas de decisão adoptadas nas tarefas educacionais que sucedem as aulas;
c) ceder parte do poder que, de forma tradicional, está centrado na autoridade do coordenador de um determinado grupo de trabalho;
d) permitir que o próprio grupo, de forma consensual, defina os problemas e projectos, considerando os valores e perspectivas de todos os participantes.
O grupo colaborativo/cooperativo não deve anular as diferenças, as necessidades, os talentos, os comprometimentos e as competências individuais, mas, ao contrário, utilizar essa heterogeneidade para favorecer um processo mais rico dentro do grupo, enfrentando, é certo, numerosas resistências, negações e barreiras que nascem e se desenvolvem no decorrer do trabalho, o que permite a autonomia do professor, a qual, embora muitas vezes vista como um déficit (relacionada com incerteza e medo, atitude defensiva e um mau ponto de partida para o desenvolvimento profissional do professor), é considerada, no entanto, por Hargreaves (1993) de forma tripla e como condição de trabalho:
1. O Individualismo Forçado - pode ser descrito como uma situação que força os professores a trabalhar de maneira autónoma devido a limitações administrativas ou organizacionais. Os professores desejam colaborar, mas não têm tempo ou local para consultar um ao outro;
2. O Individualismo estratégico - ocorre quando os professores, devido à alta pressão colocada sobre eles – pressão externa tais como expectativas dos pais, o número excessivo de alunos nas salas de aula, etc – escolhem conscientemente retirar-se na sua própria sala de aula.
3. O Individualismo Electivo - não tanto baseado em preocupações pragmáticas, mas baseado nas razões intrínsecas que os professores escolhem activamente para trabalhar sozinhos, numa tarefa específica por um período limitado de tempo, o que leva à criatividade, estudo pessoal, reflexão, e elaboração de novas orientações para o desenvolvimento profissional.
Assim, embora normalmente se pense que o trabalho colectivo é sempre favorável para o desenvolvimento profissional dos professores e que a autonomia é obstrutiva, concordamos que Autonomia e Colaboração se complementam, sobretudo quanto à pesquisa - o conceito de professor como investigador da sua própria prática tem sua origem nos trabalhos de Stenhouse (1975), baseado na necessidade de que os professores construam o seu próprio projecto educacional, investigando a sua prática pedagógica

Investigação Cooperativa

Nos dias atuais é visível o aumento de publicações sobre grupos focais em revistas científicas, assim como da utilização desta técnica de pesquisa, tanto para servir a interesses teóricos em diversos campos do conhecimento (ciências sociais, educação, psicologia, etc.), quanto para viabilizar objetivos práticos de profissionais que usam os grupos focais como instrumento de gestão (Carlini-Cotrim, 1996; Morgan, 1987,1996; Gondim, 2002b). Na literatura brasileira, no entanto, ainda há um esparso número de artigos que discutem e explicitam, de modo mais detalhado, o emprego dessa técnica e os procedimentos de análise dos resultados.

O conciliar aspectos sociais, ideológicos e produtivos, visto que a adesão a valores coletivos é necessária, porém insuficiente para garantir a capacidade de autogestão, o que exige um duplo preparo dos cooperados: o de gestor social (co-partícipe do processo de gestão) e o de técnico-profissional (competência produtiva). Conforme a fase em que se encontra o processo de incubação, a ênfase da formação deverá recair no aspecto social (preparar o grupo para trabalhar de forma coletiva), técnico-gerencial (qualificar o grupo para o domínio técnico da atividade e da autogestão) ou ideológico (organizar e mobilizar o grupo para aderir aos princípios da economia solidária), sendo que estes três aspectos estão inter-relacionados e deverão oscilar, dependendo das necessidades da cooperativa e do perfil dos cooperados.

Há uma diferenciação na identidade organizacional de trabalhadores pertencentes a cooperativas populares de trabalho, que buscam manter relações laborais horizontais, em comparação àqueles que mantêm relações empregadoras verticais, baseadas no modelo hierárquico patrão-empregado.
Há duas principais abordagens na produção do conhecimento científico nas ciências sociais: a nomotética ou quantitativa e a hermenêutica ou qualitativa. A quantitativa enfoca a relação entre a ciência social e a natural, valoriza a mensuração e o tratamento estatístico das variáveis como meios para a construção do conhecimento válido e generalizado. Na abordagem qualitativa, o enfoque, por sua vez, é na compreensão de um contexto particular, respaldando-se na interpreta-ção, na busca de significado, na subjetividade e na intersubjetividade (Gondim,2002b, Kidd, 2002).